quinta-feira, 27 de junho de 2013

E nada de novo

O país continua absorvido na crise e desde segunda-feira há mais uma empresa a juntar à lista das insolvências...a minha.
Neste caso e numa análise fria do momento actual era o que se impunha. Se a actividade da empresa não gera cashflows...a insolvência é um mero processo administrativo mas era importante (para mim) perceber como se chegou aqui.
Menos vendas por via da quebra do poder de compra e, no meu entender, uma falta de estratégia e erro na leitura dos sinais.
Abrir lojas financiando-se nos fornecedores, fazendo distribuição de resultados no único ano de lucro e uma série de erros de gestão, fazem-me acreditar que talvez pudéssemos estar noutra situação, mas como sempre é típico no empresário português a culpa é sempre de outros e do Governo. Neste caso acho que as culpas são mesmo repartidas.
Gostava de ter a coragem de montar o meu negócio, não tenho.
Não tenho dinheiro e muito menos investidores.
Como não tenho ideias brilhantes, resta-me aceitar a minha condição de comentador do dia seguinte ao jogo e esperar que no futuro ou acerte no empresário ou alguém me dê uma hipótese de gerir.



Lendo este comentário, pareço o típico português...mas acreditem que eu bem avisei e todos os dias tento de tudo para ser ouvido. Não deu. Fica para a próxima.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Buracos e mais buracos

Acabo por nem perceber a nossa admiração por mais um buraco, agora na Madeira.
Nós que somos o país que constrói uma estrada, esburaca a estrada para passar água, arranja, esburaca para a electricidade, arranja e depois vem esburacar para o cabo.....já deviamos saber que nada se faz à primeira, nada é fiscalizado, mas há sempre mais que um a mamar do erário público.
Uma vergonha e no fundo são todos iguais. Basta serem políticos!

sábado, 27 de agosto de 2011

O mundo a ferro e fogo

Mais um dia, mais uma notícia de um atentado algures no mundo.
Mais um dia e mais alguém morre num conflito qualquer.
Sinceramente gostava de entender as verdadeiras razões de algumas lutas.
A religião? A sede do poder? O dinheiro? Ou apenas a natureza humana?
Todos sabemos que a economia americana se alimenta de guerras. Que a reconstrução agrada a meio mundo, mas mesmo assim não vejo como conseguem viver com a indiferença de quem morre.
A culpa destas guerras escapa-me e apenas os motivos do dinheiro e da religião me fazem algum sentido.
Todos sabemos que onde há cor e estandartes, há sempre um fanático. Um doido varrido que leva à letra algo que um "iluminado" tentou escrever como legado. É triste, mas todos sabemos que assim é.
Deviamos ser todos ateus? Não o digo. Acho que todos temos de nos agarrar a alguma coisa para vivermos, nem que seja nos tempos mais complicados. A solução? Isso é utopia. Como dizer a quem tem que deve partilhar ou dizer a quem não tem que é justo que não tenha????
Utópico. E com utopias vai também vivendo o Mundo. Hoje o petróleo, amanhã a água e depois quem sabe o sol. Sempre tentações para quem, fraco de espírito mas ávido de dinheiro e poder.
O mundo a ferro e fogo apenas acaba com o mundo em sí. Quando algum cometa nos acertar ou quando a terra se fartar como fez com os dinossauros e antes disso.
Só assim. E venha quem vier, temo bem que siga o mesmo caminho de conquista de território.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Ordenados e obscenidades

Confesso que nunca que me vai entrar na cabeça como é que um pais pobre se permite ter ordenados de 45.000 euros/mês com pessoas na mesma empresa a ganhar 500.
Chamem-me comunista, socialista, marxista, o que quiserem, mas não acredito que uma pessoa que em Portugal leve para casa 45.000 euros/mês vivesse pior com 30.000 ou 35.000. Não acredito.
No entanto esse dinheiro faria toda a diferença para as restantes pessoas.
Até admitia que os bancos estivessem como estão se quem os comanda não sacasse tanto. Quem diz bancos diz restantes empresas. Como é que num pais tão pobre ninguém tem coragem de impôr tectos salariais???? E tectos às regalias??? Como é que sendo nós o que somos, temos gestores a ganhar mais do que em empresas de referência europeias?????
Chamem-me o que quiserem, mas não compreendo. Mesmo!

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Mourinho perdeu as estribeiras

Confesso desde já que não fui o fã nº1 de Mourinho.
Fui aprendendo a gostar do seu trabalho e a admirar a forma como comunicava para fora do seu clube, mas acima de tudo a forma como protegeu sempre os seus jogadores. Mesmo jogadores como Materazzi lhe reconheceram mérito e afirmam ter saudades.
No entanto, quando tinha tudo para se tornar no maior, acaba por dar machadadas na sua credibilidade.
O que não é só triste como desolador.
É verdade que é atacado por todos os lados e que os espanhóis vivem mal com o sucesso de outros, mas Mourinho tem-lhes dado razão. Primeiro porque não consegue ganhar ao Barcelona da forma que o seu "público" quer. Depois porque não ganha troféus. A taça do Rei do ano passado foi importante porque foi um troféu ganho aos blaugrana. Se tivessem ganho a outro qualquer se calhar Mou já estava na rua.
Ontem foi mais um episódio negro na sua passagem por Espanha. Estará Mourinho a tentar sair do comboio, fugindo ao pagamento de uma indemnização? Eu como presidente do Real Madrid não aturava outra destas....vamos ver se Florentino atura e vamos ver se a Liga Espanhola atura uma destas.
É dificil perder. É duro perder, mas nada justifica estas atitudes.

sábado, 13 de agosto de 2011

Somos únicos nos carros de empresa

Desde há muitos anos que o português ambiciona um cargo com carro, portátil e telemóvel.
As contas na nossa cabeças resultam sempre em poupança, mas quando chega a hora de pagar a renda ao banco o carro da empresa afinal não ajuda assim tanto e se pensarmos que a maior parte vai a correr vender o carro para usufruir do benefício a tempo inteiro, depressa percebemos que quando mudarem de emprego vão ter de ir a correr gastar dinheiro. Ou seja, perdem ao vender o carro, perdem ao comprar novo carro. No meio não estão mais ricos porque o benefício do carro de empresa obriga a menos ordenado.
Esta é portanto uma genialidade da mentalidade portuguesa.
Mais grave se torna quando o carro se destina a pessoas, que embora tendo os seus méritos e sejam trabalhadores, vivem a sua vida na sede das empresas, não tendo por isso deslocações em nome da empresa. Há uns anos vi o ridículo de fazerem quilómetros à volta da empresa para "mostrarem" e usufruírem da viatura. Ridículo! E podiam ser carros citadinos, mas não. A gama de entrada não serve e anda tudo de utilitários e gama média. As pessoas não vêem mais que um dois palmos e não percebem que se hoje é bom entrar no meu Astra 1.3CDTI "dado" pela empresa, amanhã quando precisar de pagar a renda......dos 600 euros que a empresa paga por ele davam-me tanto jeito 250...só 250!
Claro que vão vir os "gestores" dizer que assim a empresa poupa TSU e o funcionário tem mais um benefício. A esses responde que entre um carro e mais 250 euros por mês, prefiro o segundo e que quando a crise chegar à empresa e se virem obrigados a pagar as indemnizações às locadoras.........enfim. Triste a mentalidade portuguesa e mais triste a nossa falta de visão para além do nariz.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Avaliação da Troika

Os nossos verdadeiros governantes estiveram uns dias por cá e com isso novas revelações ao povo. Aumento brutal do IVA do gás e electricidade para a maioria dos consumidores (havia já quem pagasse gás a 23%....), congelamento de promoções nas polícias e forças armadas e mais do mesmo, ou seja, um desvio, mais receita mas nada de menos despesa.
A triste conclusão a que vou chegando deste Governo no qual votei é que afinal a frescura dos novos ministérios tem parido as mesmas políticas. Não se ataca a despesa a fundo e carrega-se mais ainda nos impostos. Para mim é desapontante, mesmo sabendo que  era previsível tal a incúria do anterior Engenheiro. Continuamos com as mesmas políticas macro e não atacamos os acomodados do sistema, nem se arranca com coragem para a imposição de tectos salariais não só no Estado como no privado. Sim, porque o mal do País não é só o Estado. São também os privados, que apesar de fazerem bem o trabalho, estragam tudo com a ganância das suas compensações. Se sou a favor que quem ganha deve gastar como deseja, também acho que em tempos de crise todos devem dar o exemplo, principalmente quem mais tem. É imoral que quem mais tem continue a ostentação quando ao lado alguém perde um emprego. Mas isto sou eu.

O que me deixa preocupado é que não há políticas de futuro. Não há revitalização da agricultura e pescas. Não se criam condições para a metalurgia leve que tinhamos e sem isso....vamos continuar neste ciclo vicioso de pedir para pagar.
Sobre a TSU, se a temos de baixar (troika dixit ) ou da opinião que deve ser para todos. É mais "fácil" de controlar e evita os inevitáveis "espertos" e aproveitadores que com transferências entre grupos de empresas e outros mecanismos pouco claros tomem proveito da redução. Se todos pagamos energia a 23%, todos pagamos menos TSU.
Quanto a mim o Estado ainda tem por onde cortar, sem despedir. E ainda tem muito que fazer para moralizar o País.

Mas estes políticos não são capazes. Têm muitas "bocas" para alimentar. Mesmo respeitando a coragem política de medidas tão duras, não compreendo que partidos e assembleia se comporte da mesma maneira e não dêem o exemplo. Um à parte para dizer que acho curioso que o partido socialista, talvez que conhece melhor a situação, apareça tipo Maria Aparecida com dúvidas sobre as políticas por eles provocadas e assinadas.
Também não posso deixar de pensar que Madeira e BPN são heranças do PSD e que tal como o PS afinal também já se recorre aos fundos de pensões para artificialmente baixar o défice.

Com tudo isto a Troika ainda deu nota positiva....

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Herdade da Comporta

Ainda há pouco lia numa qualquer revista de evasões e viagens para aqui e acolá que a Herdade da Comporta oferece um bocadinho de muita coisa. Um bocadinho de boa comida e praia, conjugado com a paisagem dos arrozais e pelas florestas. Um cenário magnífico portanto. E exultava a crónica no grande projecto que se desenhara para a Ryder Cup, que felizmente não ganhámos. E felizmente porquê?

Só quem não conhece a zona há anos e não tem nada a ganhar com o que tem acontecido entende.
Reparem, o projecto obriga a acabar com extensões brutais da famosa floresta e os arrozais serão substituidos pelos sempre acessíveis campos de golfe. Em algumas zonas o acesso à praia pelas dunas será vedado ao público por fazerem parte de um hotel/condomínio ou campo de golfe. Quem ganha com isto??? Ainda há 10-15 anos a mesma floresta estava cheia de pinheiros. Convenientemente tivémos incêndios e aparentemente pinheiros com algumas dezenas de anos de repente tinham uma doença. Mais uma vez não se reflorestou, mas antes nasceram umas vinhas e umas herdades onde antes havia pinhal. Há 20 anos as pessoas desta zona viviam de arroz, do mar e havia quem trabalhasse uns meses na resina. Ora a troco de uns milhares que já acabaram, terminou a resina (dai ninguém se queixar das queimadas), o arroz quase acabou e agora voltou por questão turística e os barcos há muito que se foram graças aos subsídios comunitários para acabar com a pesca.
Fabuloso então esta Herdade da Comporta que se vai transformando em vinhas, em propriedades fechadas e em condomínios para quem tem dinheiro. Vai dar emprego à população.....e que emprego pergunto eu? O mesmo que Tróia trouxe durante anos? Empregos haverá, mas a troco do quê? Do que vai comer a gente que habita aqui? Sem pinhal, arrozais e sem campos de cultivo, subjugados às propriedades turísticas que sobra de produtivo a esta zona???
O mesmo que sobra a este país de serviços. Não temos produção para comer. Não temos produção para pescar. Mas temos as candidaturas à Ryder Cup e temos pessoas a ganhar milhares num país de pobres e velhos.
Que saudades tenho da velha Comporta e que saudades vou ter desta Comporta quando daqui a uns anos não puder chegar à praia, quando em vez de passear no pinhal terei de apontar e dizer olha este pedaço de vinha ou de deserto pertence ao Dr. X ou à famíliaY.

Ganância em estado puro e o povo aprova, desde que lhe acenem com uns trocados ou uma casa nova.
Daqui a uns anos, quando não tiverem emprego nem praia ou pinhal vão aparecer por ai em TV's e rádios a reclamar o mal que lhes fizeram.
Esta terra é dos Espírito Santo. Mas apesar do nome, ainda não são Deuses. Aliás, sem o dinheiro dos avós pouco mais são do que eu e você....ou são! São mais gananciosos.







Eu também conto

Não sou político mas até gostava de ser. Gostava sinceramente de mudar a mentalidade de ganância e desleixo de quem nos governa.
Tenho a mesma importância que qualquer outro português trabalhador e honesto e dai decidi que se não tenho partido e muito menos partidários, esta é uma boa forma de dar a conhecer como vejo o mundo e Portugal.
E o que vejo e sinto todos os dias, entristece-me  e faz-me pensar que todos os problemas do Mundo começam e acabam na ganância.
E começo já de seguida.