sábado, 13 de agosto de 2011

Somos únicos nos carros de empresa

Desde há muitos anos que o português ambiciona um cargo com carro, portátil e telemóvel.
As contas na nossa cabeças resultam sempre em poupança, mas quando chega a hora de pagar a renda ao banco o carro da empresa afinal não ajuda assim tanto e se pensarmos que a maior parte vai a correr vender o carro para usufruir do benefício a tempo inteiro, depressa percebemos que quando mudarem de emprego vão ter de ir a correr gastar dinheiro. Ou seja, perdem ao vender o carro, perdem ao comprar novo carro. No meio não estão mais ricos porque o benefício do carro de empresa obriga a menos ordenado.
Esta é portanto uma genialidade da mentalidade portuguesa.
Mais grave se torna quando o carro se destina a pessoas, que embora tendo os seus méritos e sejam trabalhadores, vivem a sua vida na sede das empresas, não tendo por isso deslocações em nome da empresa. Há uns anos vi o ridículo de fazerem quilómetros à volta da empresa para "mostrarem" e usufruírem da viatura. Ridículo! E podiam ser carros citadinos, mas não. A gama de entrada não serve e anda tudo de utilitários e gama média. As pessoas não vêem mais que um dois palmos e não percebem que se hoje é bom entrar no meu Astra 1.3CDTI "dado" pela empresa, amanhã quando precisar de pagar a renda......dos 600 euros que a empresa paga por ele davam-me tanto jeito 250...só 250!
Claro que vão vir os "gestores" dizer que assim a empresa poupa TSU e o funcionário tem mais um benefício. A esses responde que entre um carro e mais 250 euros por mês, prefiro o segundo e que quando a crise chegar à empresa e se virem obrigados a pagar as indemnizações às locadoras.........enfim. Triste a mentalidade portuguesa e mais triste a nossa falta de visão para além do nariz.

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