segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Buracos e mais buracos

Acabo por nem perceber a nossa admiração por mais um buraco, agora na Madeira.
Nós que somos o país que constrói uma estrada, esburaca a estrada para passar água, arranja, esburaca para a electricidade, arranja e depois vem esburacar para o cabo.....já deviamos saber que nada se faz à primeira, nada é fiscalizado, mas há sempre mais que um a mamar do erário público.
Uma vergonha e no fundo são todos iguais. Basta serem políticos!

sábado, 27 de agosto de 2011

O mundo a ferro e fogo

Mais um dia, mais uma notícia de um atentado algures no mundo.
Mais um dia e mais alguém morre num conflito qualquer.
Sinceramente gostava de entender as verdadeiras razões de algumas lutas.
A religião? A sede do poder? O dinheiro? Ou apenas a natureza humana?
Todos sabemos que a economia americana se alimenta de guerras. Que a reconstrução agrada a meio mundo, mas mesmo assim não vejo como conseguem viver com a indiferença de quem morre.
A culpa destas guerras escapa-me e apenas os motivos do dinheiro e da religião me fazem algum sentido.
Todos sabemos que onde há cor e estandartes, há sempre um fanático. Um doido varrido que leva à letra algo que um "iluminado" tentou escrever como legado. É triste, mas todos sabemos que assim é.
Deviamos ser todos ateus? Não o digo. Acho que todos temos de nos agarrar a alguma coisa para vivermos, nem que seja nos tempos mais complicados. A solução? Isso é utopia. Como dizer a quem tem que deve partilhar ou dizer a quem não tem que é justo que não tenha????
Utópico. E com utopias vai também vivendo o Mundo. Hoje o petróleo, amanhã a água e depois quem sabe o sol. Sempre tentações para quem, fraco de espírito mas ávido de dinheiro e poder.
O mundo a ferro e fogo apenas acaba com o mundo em sí. Quando algum cometa nos acertar ou quando a terra se fartar como fez com os dinossauros e antes disso.
Só assim. E venha quem vier, temo bem que siga o mesmo caminho de conquista de território.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Ordenados e obscenidades

Confesso que nunca que me vai entrar na cabeça como é que um pais pobre se permite ter ordenados de 45.000 euros/mês com pessoas na mesma empresa a ganhar 500.
Chamem-me comunista, socialista, marxista, o que quiserem, mas não acredito que uma pessoa que em Portugal leve para casa 45.000 euros/mês vivesse pior com 30.000 ou 35.000. Não acredito.
No entanto esse dinheiro faria toda a diferença para as restantes pessoas.
Até admitia que os bancos estivessem como estão se quem os comanda não sacasse tanto. Quem diz bancos diz restantes empresas. Como é que num pais tão pobre ninguém tem coragem de impôr tectos salariais???? E tectos às regalias??? Como é que sendo nós o que somos, temos gestores a ganhar mais do que em empresas de referência europeias?????
Chamem-me o que quiserem, mas não compreendo. Mesmo!

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Mourinho perdeu as estribeiras

Confesso desde já que não fui o fã nº1 de Mourinho.
Fui aprendendo a gostar do seu trabalho e a admirar a forma como comunicava para fora do seu clube, mas acima de tudo a forma como protegeu sempre os seus jogadores. Mesmo jogadores como Materazzi lhe reconheceram mérito e afirmam ter saudades.
No entanto, quando tinha tudo para se tornar no maior, acaba por dar machadadas na sua credibilidade.
O que não é só triste como desolador.
É verdade que é atacado por todos os lados e que os espanhóis vivem mal com o sucesso de outros, mas Mourinho tem-lhes dado razão. Primeiro porque não consegue ganhar ao Barcelona da forma que o seu "público" quer. Depois porque não ganha troféus. A taça do Rei do ano passado foi importante porque foi um troféu ganho aos blaugrana. Se tivessem ganho a outro qualquer se calhar Mou já estava na rua.
Ontem foi mais um episódio negro na sua passagem por Espanha. Estará Mourinho a tentar sair do comboio, fugindo ao pagamento de uma indemnização? Eu como presidente do Real Madrid não aturava outra destas....vamos ver se Florentino atura e vamos ver se a Liga Espanhola atura uma destas.
É dificil perder. É duro perder, mas nada justifica estas atitudes.

sábado, 13 de agosto de 2011

Somos únicos nos carros de empresa

Desde há muitos anos que o português ambiciona um cargo com carro, portátil e telemóvel.
As contas na nossa cabeças resultam sempre em poupança, mas quando chega a hora de pagar a renda ao banco o carro da empresa afinal não ajuda assim tanto e se pensarmos que a maior parte vai a correr vender o carro para usufruir do benefício a tempo inteiro, depressa percebemos que quando mudarem de emprego vão ter de ir a correr gastar dinheiro. Ou seja, perdem ao vender o carro, perdem ao comprar novo carro. No meio não estão mais ricos porque o benefício do carro de empresa obriga a menos ordenado.
Esta é portanto uma genialidade da mentalidade portuguesa.
Mais grave se torna quando o carro se destina a pessoas, que embora tendo os seus méritos e sejam trabalhadores, vivem a sua vida na sede das empresas, não tendo por isso deslocações em nome da empresa. Há uns anos vi o ridículo de fazerem quilómetros à volta da empresa para "mostrarem" e usufruírem da viatura. Ridículo! E podiam ser carros citadinos, mas não. A gama de entrada não serve e anda tudo de utilitários e gama média. As pessoas não vêem mais que um dois palmos e não percebem que se hoje é bom entrar no meu Astra 1.3CDTI "dado" pela empresa, amanhã quando precisar de pagar a renda......dos 600 euros que a empresa paga por ele davam-me tanto jeito 250...só 250!
Claro que vão vir os "gestores" dizer que assim a empresa poupa TSU e o funcionário tem mais um benefício. A esses responde que entre um carro e mais 250 euros por mês, prefiro o segundo e que quando a crise chegar à empresa e se virem obrigados a pagar as indemnizações às locadoras.........enfim. Triste a mentalidade portuguesa e mais triste a nossa falta de visão para além do nariz.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Avaliação da Troika

Os nossos verdadeiros governantes estiveram uns dias por cá e com isso novas revelações ao povo. Aumento brutal do IVA do gás e electricidade para a maioria dos consumidores (havia já quem pagasse gás a 23%....), congelamento de promoções nas polícias e forças armadas e mais do mesmo, ou seja, um desvio, mais receita mas nada de menos despesa.
A triste conclusão a que vou chegando deste Governo no qual votei é que afinal a frescura dos novos ministérios tem parido as mesmas políticas. Não se ataca a despesa a fundo e carrega-se mais ainda nos impostos. Para mim é desapontante, mesmo sabendo que  era previsível tal a incúria do anterior Engenheiro. Continuamos com as mesmas políticas macro e não atacamos os acomodados do sistema, nem se arranca com coragem para a imposição de tectos salariais não só no Estado como no privado. Sim, porque o mal do País não é só o Estado. São também os privados, que apesar de fazerem bem o trabalho, estragam tudo com a ganância das suas compensações. Se sou a favor que quem ganha deve gastar como deseja, também acho que em tempos de crise todos devem dar o exemplo, principalmente quem mais tem. É imoral que quem mais tem continue a ostentação quando ao lado alguém perde um emprego. Mas isto sou eu.

O que me deixa preocupado é que não há políticas de futuro. Não há revitalização da agricultura e pescas. Não se criam condições para a metalurgia leve que tinhamos e sem isso....vamos continuar neste ciclo vicioso de pedir para pagar.
Sobre a TSU, se a temos de baixar (troika dixit ) ou da opinião que deve ser para todos. É mais "fácil" de controlar e evita os inevitáveis "espertos" e aproveitadores que com transferências entre grupos de empresas e outros mecanismos pouco claros tomem proveito da redução. Se todos pagamos energia a 23%, todos pagamos menos TSU.
Quanto a mim o Estado ainda tem por onde cortar, sem despedir. E ainda tem muito que fazer para moralizar o País.

Mas estes políticos não são capazes. Têm muitas "bocas" para alimentar. Mesmo respeitando a coragem política de medidas tão duras, não compreendo que partidos e assembleia se comporte da mesma maneira e não dêem o exemplo. Um à parte para dizer que acho curioso que o partido socialista, talvez que conhece melhor a situação, apareça tipo Maria Aparecida com dúvidas sobre as políticas por eles provocadas e assinadas.
Também não posso deixar de pensar que Madeira e BPN são heranças do PSD e que tal como o PS afinal também já se recorre aos fundos de pensões para artificialmente baixar o défice.

Com tudo isto a Troika ainda deu nota positiva....

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Herdade da Comporta

Ainda há pouco lia numa qualquer revista de evasões e viagens para aqui e acolá que a Herdade da Comporta oferece um bocadinho de muita coisa. Um bocadinho de boa comida e praia, conjugado com a paisagem dos arrozais e pelas florestas. Um cenário magnífico portanto. E exultava a crónica no grande projecto que se desenhara para a Ryder Cup, que felizmente não ganhámos. E felizmente porquê?

Só quem não conhece a zona há anos e não tem nada a ganhar com o que tem acontecido entende.
Reparem, o projecto obriga a acabar com extensões brutais da famosa floresta e os arrozais serão substituidos pelos sempre acessíveis campos de golfe. Em algumas zonas o acesso à praia pelas dunas será vedado ao público por fazerem parte de um hotel/condomínio ou campo de golfe. Quem ganha com isto??? Ainda há 10-15 anos a mesma floresta estava cheia de pinheiros. Convenientemente tivémos incêndios e aparentemente pinheiros com algumas dezenas de anos de repente tinham uma doença. Mais uma vez não se reflorestou, mas antes nasceram umas vinhas e umas herdades onde antes havia pinhal. Há 20 anos as pessoas desta zona viviam de arroz, do mar e havia quem trabalhasse uns meses na resina. Ora a troco de uns milhares que já acabaram, terminou a resina (dai ninguém se queixar das queimadas), o arroz quase acabou e agora voltou por questão turística e os barcos há muito que se foram graças aos subsídios comunitários para acabar com a pesca.
Fabuloso então esta Herdade da Comporta que se vai transformando em vinhas, em propriedades fechadas e em condomínios para quem tem dinheiro. Vai dar emprego à população.....e que emprego pergunto eu? O mesmo que Tróia trouxe durante anos? Empregos haverá, mas a troco do quê? Do que vai comer a gente que habita aqui? Sem pinhal, arrozais e sem campos de cultivo, subjugados às propriedades turísticas que sobra de produtivo a esta zona???
O mesmo que sobra a este país de serviços. Não temos produção para comer. Não temos produção para pescar. Mas temos as candidaturas à Ryder Cup e temos pessoas a ganhar milhares num país de pobres e velhos.
Que saudades tenho da velha Comporta e que saudades vou ter desta Comporta quando daqui a uns anos não puder chegar à praia, quando em vez de passear no pinhal terei de apontar e dizer olha este pedaço de vinha ou de deserto pertence ao Dr. X ou à famíliaY.

Ganância em estado puro e o povo aprova, desde que lhe acenem com uns trocados ou uma casa nova.
Daqui a uns anos, quando não tiverem emprego nem praia ou pinhal vão aparecer por ai em TV's e rádios a reclamar o mal que lhes fizeram.
Esta terra é dos Espírito Santo. Mas apesar do nome, ainda não são Deuses. Aliás, sem o dinheiro dos avós pouco mais são do que eu e você....ou são! São mais gananciosos.







Eu também conto

Não sou político mas até gostava de ser. Gostava sinceramente de mudar a mentalidade de ganância e desleixo de quem nos governa.
Tenho a mesma importância que qualquer outro português trabalhador e honesto e dai decidi que se não tenho partido e muito menos partidários, esta é uma boa forma de dar a conhecer como vejo o mundo e Portugal.
E o que vejo e sinto todos os dias, entristece-me  e faz-me pensar que todos os problemas do Mundo começam e acabam na ganância.
E começo já de seguida.